Paris - Charles de Gaulle

Quando chegamos em Paris, ah, Paris! Não vi. Estava completamente nublado e só consegui ver o chão quando já estávamos quase pousando no Charles de Gaulle, que fica longe da cidade. Descemos no mesmo terminal em que eu pegaria o avião para Copenhagen dali a duas horas, mas o terminal dela, de onde sairia o vôo para Gotemburgo, na Suécia, ficava longe dali, e só dava para ir num ônibus especial que levava os passageiros entre os terminais. Ela não pediu, mas, coitada, dava pra ver na cara dela o quão perdida estava. Pronto, a síndrome do bom samaritano atacou. Ofereci-me pra ajudá-la a encontrar o portão de embarque, e ela nem sabia como agradecer. Fui perguntando aqui e ali para uns seguranças franceses metidos a besta que só respondiam direito se você os abordasse com um “excusez-moi, parlez-vous l’anglaise?” Depois de quase uma hora conseguimos encontrar o portão e, o que levou mais tempo, eu consegui explicar para ela o que ela precisava fazer (mi español es fueda pra carajo!). Desejei a ela uma ótima viagem e um 2009 muito feliz, estendendo a mão, e ela me abraçou, dizendo mil vezes “gracias, gracias”. Foi legal, e valeu a pena eu quase perder o vôo para Copenhague por isso.
__Na verdade, a culpa foi minha, porque, não fosse pelo próximo mico, não teria chegado em cima da hora. Tinha uma fila enoooorme na área de check-in, e eu entrei nela. Até que ela andava, mas era enorme mesmo. Quando estava chegando a minha vez, resolvi dar uma de esperto e sair um minutinho da fila (não sem antes garantir que a moça atrás de mim entendera que eu só estava indo pedir uma informação e voltar rapidinho) para perguntar pra atendente se era aquela fila que eu tinha que pegar. Era. Mas quando voltei a moça com eu havia falado já fizera o check-in, e, portanto, com medo de os franceses fazerem cara feia e dizer que eu estava tentando furar fila, fui para o fim dela – que então já estava três vezes mais comprida do que antes. Faltavam 20 minutos para o avião decolar e no painel logo acima dos guichês de check-in incessantemente piscava um AF 1320 – COPENHAGEN – LAST CALL – OLIVEIRA, MARIO, COME THE FUCK ON!!!! Certo, esta última parte não estava lá, mas mesmo assim o medo de perder o vôo era imenso.
__Mas deu certo, eu fui o último a embarcar (repetindo a emoção da volta de Big Sky, Montana, quando o Plaza, o Fábio e eu, por muito pouco, não perdemos o vôo, e, para melhorar tudo, quando a mulher da fiscalização de mala de mão perguntou se ali havia algo afiado ou pontiagudo com o que ela poderia se machucar, eu disse que não, segundos antes dela tirar de dentro da minha mala uma tesoura e uma faca de uns 30 centímetros).Nesse vôo a minha fileira tinha apenas indianos. Eram 3, dois ao meu lado e um do outro lado do corredor. Pelo que percebi quando o comissário de bordo foi oferecer algo para comerem, 1: eles não falavam merda nenhuma de inglês, e muito menos de francês (o que deixou o comissário com uma cara especialmente ruim); 2: eles haviam acabado de sair de alguma espécie de Ramadan, porque pegaram simplesmente tudo o que podiam (o que piorou ainda mais a cara do comissário); 3: garfos e facas devem ser algum tipo de objeto de luxo na Índia, porque eles simplesmente ou não sabiam usá-los ou não queriam (o que parece ainda pior, e, desta vez, foi a minha vez de fechar os olhos). Nada contra a Índia, é claro, até porque eles têm bomba nuclear, mas puxa... comer comida de avião com a mão é foda.

1 comentários:

6 de janeiro de 2009 às 09:02 Anônimo disse...

hahahahahahahahahah

to me esbaldando aqui!!!! =D

pity.

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